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O Teste da Orelhinha nos bebês

 

Um dos momentos mais especiais da vida humana é quando nascem os filhos e os exames em recém-nascidos (testes de triagem neonatal), como o teste da orelhinha, são muito importantes. É pela audição e pela experiência que as crianças vivenciam com os sons, ainda na barriga da mãe, que se inicia o desenvolvimento da linguagem. Qualquer perda na capacidade auditiva, mesmo que pequena, impede a criança de receber adequadamente os estímulos sonoros essenciais para a aquisição da linguagem.

 

O Teste da Orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal é um exame importante para detectar se o recém-nascido tem problemas de audição. Após o exame é possível realizar o diagnóstico preciso e o tratamento das alterações auditivas precocemente. Esse exame consiste na colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê. O aparelho emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do bebê produz.

 

De acordo com o médico otorrinolaringologia, responsável pelo setor na Santa Casa de Jahu, Dr. Gaudêncio Guidorzi Neto, o programa de triagem auditiva neonatal é extremamente necessário, como o primeiro passo para avaliar a audição de todos os bebês recém-nascidos.

 

“Cerca de 50% das perdas auditivas poderiam ser evitadas ou ter sequelas reduzidas, se ocorressem logo no início medidas de detecção, diagnóstico e reabilitação. Quando há a falta de detecção precoce da perda auditiva na criança, resulta em diagnósticos e intervenções em idades muito tardias, ocasionando prejuízo no desenvolvimento da criança.”

 

Segundo dados de diferentes estudos epidemiológicos, a prevalência da deficiência auditiva varia de 1 a 6 neonatos para cada 1.000 nascidos vivos, e de 1 a 4 para cada 100 recém-nascidos provenientes da UTI Neonatal. Esta incidência é alta quando comparada com outros testes de Triagem Neonatal, como a Fenilcetonúria (Teste do Pezinho), com incidência de 1 em 10.000 nascimentos, e Anemia Falciforme, com incidência de 2 em 10.000 nascimentos. A Organização Mundial de Saúde estima que 1,5% da população brasileira seja portadora de algum grau de deficiência auditiva.

 

Segundo a Dra. Marília de Almeida Prado Rodrigues, fonoaudióloga da Santa Casa de Jahu, “o atraso desse diagnóstico pode trazer consequências para o desenvolvimento da criança. Os efeitos comprometem a comunicação e a linguagem, que podem provocar reflexos para a vida inteira – de impactos na socialização até a inserção no mercado de trabalho.”

 

O Conselho Federal de Fonoaudiologia e outras entidades brasileiras recomendam que o exame seja realizado na maternidade, antes da alta hospitalar, ou até o 1º mês de vida. Recado para as mamães: o teste da orelhinha é realizado com o bebê dormindo em sono natural; não machuca; não precisa de picadas ou sangue do bebê; não tem contraindicações e dura menos de 10 minutos.