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Santa Casa de Jahu se une às Santa Casas do Brasil em prol de melhorias nas finanças das entidades

 

Em um ato nacional, em união aos 1.824 hospitais filantrópicos brasileiros, a Santa Casa de Jahu promoveu neste dia 19 um abraço simbólico no hospital, a fim de mostrar publicamente a situação delicada que a entidade vive. Não é de hoje que graves problemas financeiros assombram as Santas Casas em função do endividamento e do subfinanciamento pelo SUS.

 

A Santa Casa de Jahu apresentou déficit de mais de 5 milhões e 200 mil reais em 2021. Nesse período, foram realizados mais de 270 mil atendimentos gratuitos através do SUS para principais especialidades disponíveis no hospital.

 

Todos os recursos que a entidade recebeu para o combate à Covid, por exemplo, foram utilizados totalmente somente para cobrir custos, sem deixar recursos para o dia a dia do hospital. Quase 10 mil atendimentos para COVID foram realizados com pacientes provenientes de 68 cidades.

 

Outro ponto importante que impacta negativamente nas finanças, é a tabela do SUS, que não é reajustada há mais de duas décadas. O governo paga R$ 400 por uma cirurgia de hérnia, por exemplo, incluindo nesse valor os honorários médicos. Valor insuficiente para arcar com os custos básicos dessa cirurgia.

 

Um aporte de R$ 2 bilhões emergenciais foi anunciado pelo governo federal em maio do ano passado, mas, até o momento, não se efetivou. Agora surge outro alerta: tramita na Câmara Federal, com votação prevista para os próximos dias, o projeto de lei 2564/20, originário e aprovado no Senado, e que institui o piso salarial da enfermagem. O impacto da proposta para os hospitais filantrópicos que prestam serviços ao SUS é estimado em R$ 6,3 bilhões, porém, no texto, não é indicado nenhuma alternativa de financiamento, o que traz o sentimento de desespero ao setor em como arcar com os custos, se a matéria for aprovada.

 

Se não houver políticas imediatas, consistentes, de subsistência aos hospitais, dificilmente suas portas se manterão abertas, pois as Santas Casas de Misericórdia estão em situação pré-falimentar. Se as Santas Casas quebrarem, o SUS entra em colapso imediatamente.